TIPO SEIS DO ENEAGRAMA

O GUIA DEFINITIVO

 

Traços-chave

  • Hipervigilância: O indivíduo Seis é motivado a frequentemente estar "em alerta" para sinais de perigo e ameaças.

  • Orientação Teórica: Os Seis vivem no reino do intelecto. Não apenas como método de resolução de problemas, mas também para procurar problemas na tentativa de se sentirem seguros.

  • Orientação à Autoridade: SSeis vivem em um mundo hierárquico ande amam e odeiam autoridades simultaneamente, refletindo a experiência inicial de amar um pai e odiar ser dominado ou punido por esse amor.

 
  • Dúvida e Ambivalência: Os Seis tendem a pensar duvidando e questionando quase tudo. Isso reflete tanto uma ansiedade sobre as intenções dos outros, quanto uma necessidade de se sentir seguro fazendo testes e avaliações mentais de pessoas e ideias.

  • Pensamento Contrário:  Para buscar a resposta certa e defender-se de ser dominado por outra pessoa de forma descuidada, quando os Seis ouvem uma declaração ou uma opinião, muitas vezes reagem automaticamente falando uma ideia contrária àquela que foi dita.

 

Este conteúdo é adaptado a partir das publicações abaixo. Navegue-as aqui.

O Eneagrama Completo: O Mapa Definitivo para o Autoconhecimento e a Transformação Pessoal por Beatrice Chestnut, PhD; The 9 Types of Leadership: Mastering the Art of People in the 21st Century Workplace por Beatrice Chestnut, PhD.; The Enneagram Guide to Waking Up: Find your path, face your shadow, discover your true self por Beatrice Chestnut, PhD e Urânio Paes, MM.; O Guia Prático do Eneagrama: Encontre seu caminho para o autodesenvolvimento por Beatrice Chestnut, PhD e Urânio Paes, MM.

VISÃO GERAL

O Tipo Seis representa o arquétipo da pessoa que, dado o medo de ameaças iminentes, procura encontrar segurança através da proteção de outros ou refugiando-se em suas próprias forças. O impulso deste arquétipo é procurar o perigo em um mundo assustador e administrar defensivamente o medo e a ansiedade através de luta, fuga ou amigos.

Tipo Seis são o protótipo da tendência de todos nós de precisarmos nos sentir seguros no mundo diante dos medos que naturalmente surgem como parte de sermos humanos - medos que sentimos (especialmente) à medida em que procuramos nos desidentificar de nossa personalidade. Todos os tipos de personalidade sentem medo de diferentes maneiras, mas a posição dos Seis no mapa do Eneagrama comunica a idéia de que "enquanto estivermos identificados com nossa estrutura de personalidade, viveremos com medo". O "self-semente" não conhece uma vida sem medo e apenas o "self-árvore" cresce além do medo e da ansiedade.

Como parte do triângulo da estrutura interna do Eneagrama, o Ponto Seis representa um passo básico no caminho da transformação que todos nós devemos tomar a fim de transcender o ego. Depois de observar nossos padrões habituais e nos desidentificarmos, ou de separarmos nossa personalidade-ego (simbolizado pelo Ponto Três), devemos fazer o trabalho de encontrar uma maneira de enfrentar nossos medos, trabalhar através da ansiedade que cresce pela perda do ego, e lutar com as emoções contra as quais nossa personalidade inicialmente surgiu para nos defender.

O Ponto Seis lança luz sobre o medo psicológico de deixar cair nossas defesas - ansiedade que inevitavelmente ocorre quando nos permitimos, de forma corajosa, ser vulneráveis e desprotegidos, mas que deve ser superado se quisermos crescer em direção à união com nossos verdadeiros "eus".

Seis representam o protótipo da tendência humana universal de contração por medo e de desenvolver, quando jovens, uma personalidade para nos proteger - uma resposta ao compreensível medo associado ao fato de sermos uma pessoa pequena em um mundo grande. Os psicólogos falam da "confiança básica" como um estágio inicial de crescimento necessário para experimentar uma sensação de bem-estar no mundo. Se não conseguirmos alcançar um certo nível de fé e confiança em nosso ambiente, é difícil (ou impossível) viver nossas vidas e desenvolver nossas capacidades inerentes.

Os arquétipo do Seis, como a amplamente conhecida frase "lutar ou fugir", ilustra a gama básica das reações humanas normais ao medo. (Às vezes "congelar" também está incluído como uma resposta básica ao medo, como em "luta, fuga ou congelamento"). Como em todos os animais, é claro que o medo representa um mecanismo vital de sobrevivência em humanos, na medida em que nos alerta para a presença de perigo. Nos três subtipos de personalidades do Tipo Seis, vemos como as três respostas ao medo, básicas e distintas, moldam a personalidade.

FOCO DE ATENÇÃO

Seis se concentram em pensar no que pode dar errado e em elaborar estratégias para preparar-se. Como resposta a uma experiência precoce de perigo, os Seis têm uma estratégia adaptativa que se concentra na detecção de ameaças e no enfrentamento do medo.

PENSAMENTOS E EMOÇÕES

Analíticos e estratégicos em seu pensamento, Seis pensam em termos de como administrar a incerteza para se sentirem seguros. Eles pensam bem, a ponto de ficarem paralisados por uma análise excessiva. Além do medo, eles tendem a ter menos acesso a outros sentimentos, embora possam ser o mais sentimental dos tipos mentais.

PADRÕES DE COMPORTAMENTO

Seis têm um forte desejo de uma boa autoridade, mas podem suspeitar e se rebelar contra as autoridades da vida real. Elas podem ser muito trabalhadores, com intenção de controle e de realização, ou podem ter dificuldades para fazer as coisas, serem apanhados por procrastinação, indecisão e medo do sucesso.

 

PONTOS CEGOS

  • medo e como ele impulsiona seu comportamento

  • seu próprio poder

  • projeção de medos sobre os outros e assumir que há má intenção na relação

  • o que está indo bem

  • fé de que as coisas vão dar certo

 

A PAIXÃO É O MEDO

O medo é uma emoção universal central que assegura a sobrevivência em todos os animais, e é a paixão do Tipo Seis. Como a paixão emocional que molda a personalidade do Seis, o medo pode tomar muitas formas, que podem ser mais ou menos conscientes. Pode tomar forma de medo do desconhecido, pode motivar a ansiedade e a preocupação obsessiva com potenciais ameaças ao bem-estar, ou pode se expressar como dúvida e incerteza. Pode ser experimentado como culpa e vergonha relacionada ao senso de si mesmo, ou pode vir à tona como uma convicção de que alguém te considera mau ou não confiável. O medo pode ser constante e paralisante. Pode motivar a obediência às regras e à ordem para manter o controle e a segurança; ou pode manifestar-se como uma contrarreação vigorosa de agressão, nascida de um desejo (ou impulso) de atacar quando se tem medo.

QUANDO OS PONTOS CEGOS SÃO INTEGRADOS

  • criam uma compreensão mais profunda de seus medos e, portanto, são capazes de tomar ações corajosas e intencionais diante deles. 

  • para de projetar poder e autoridade nos outros e o assume mais para si mesmo. 

  • vê os problemas e as oportunidades, é decisivo e age de forma oportuna. 

  • equilibra ceticismo saudável com fé e confiança. 

A VIRTUDE É A CORAGEM

A coragem é a virtude que fornece o antídoto para a paixão do medo do Tipo Seis. Em coragem, Seis mantêm calme e seus corações abertos diante de qualquer coisa que esteja acontecendo ou que possa acontecer e, de forma decidida, dão seus próximos passos em frente. Continuam avançando devido a uma necessidade ou vontade maior, sem qualquer necessidade de se engajarem em uma resposta de "luta ou fuga". Eles têm um profundo senso de confiança em sua capacidade de lidar com qualquer desafio que surja em seu caminho. Confiam em si mesmos e no mundo, e não precisam imaginar todas as armadilhas que poderiam experimentar antes de seguirem em frente. Assumem total responsabilidade por suas próprias vidas, sabendo que podem lidar com o que a vida lhes trouxer.

O CAMINHO DO MEDO PARA A CORAGEM

O paradoxo do Tipo Seis surge da polaridade entre a paixão do medo e a virtude da coragem. Ao tomar consciência de todas as formas como o medo opera, esse tipo se abre para experimentar novas maneiras de viver e desenvolve a capacidade de entrar em ação com o coração aberto - o que, por sua vez, permite que sinta mais paz e autoconfiança. Eles param de tentar ter certeza sobre tudo antes de fazer as coisas e se sentem mais conectados com seus corpos e corações. Desenvolvem a habilidade de sairem de suas cabeças e se sentirem guiados pela fé em vez do medo.

 

TIPO SEIS SUBTIPOS

 

AUTO-PRESERVAÇÃO SEIS:

CALOR

 

Os Seis Autopreservação expressam a paixão do medo através da necessidade de proteção, de amizade e de união com os outros. Buscando alianças de proteção, os Seis AP se esforçam para serem calorosos, amigáveis e confiáveis, e é por isso que levam o nome de "Afeto". Mais "fóbico" entre os Seis, o AP tem dificuldade de expressar raiva, sente-se hesitante e envolto em muitas dúvidas. O medo se manifesta como insegurança. Eles se concentram em relacionamentos como forma de se sentirem mais seguros no mundo.

 

SOCIAL SEIS:

DEVER

 

Seis Sociais expressam o medo na necessidade de lidarem com a ansiedade confiando na razão abstrata ou em ideologias como um quadro de referência. Obedecer à autoridade através do conhecimento das regras os ajuda a se sentirem seguros no mundo. Ao contrário dos Seis AP, eles têm mais certezas e podem ser "muito seguros" das coisas como estratégia para lidar com a ansiedade da incerteza. Se concentram na precisão e na eficiência. Aderem às diretrizes, sejam quais forem, como forma de obterem uma autoridade protetiva.

 

SEXUAL SEIS:

FORÇA/TAREFA

 

O Contratipo

Seis Sexuais expressam medo enfrentando-o, tornando-se fortes e intimidadores. Confiando em si mesmos mais do que nos outros, estes Seis têm a programação interna que diz que, quando se tem medo, a melhor defesa é uma boa ofensiva. Assumem uma posição poderosa, tanto no que fazem quanto na aparência, como forma de manterem o inimigo à distância. Sua ansiedade é aliviada pela habilidade e prontidão em face de um ataque.

 

CAMINHO DE CRESCIMENTO

Conforme os Seis se trabalham e se tornam mais autoconscientes, aprendem a escapar da armadilha de intensificar o medo (em suas tentativas de reduzi-lo) fazendo o seguinte: procurando incorporar a fé e a coragem, tornando-se conscientes de como criam profecias autorrealizáveis, aprendendo a confiar mais em si mesmos (e nos outros), e assumindo seu poder e autoridade em vez de projetá-los nos outros.

Para os Seis, despertar para os padrões habituais da personalidade envolve observar as maneiras como lidam com o medo e com a ansiedade; explorar as maneiras como se comportam quando estão assustados (e os motivos por trás desse comportamento); e fazer esforços ativos para desenvolver confiança, fé e coragem.

 
 
 

ASAS E FLECHAS

Ao utilizar o Eneagrama para um maior crescimento, como é pretendido, os primeiros passos envolvem observar a si mesmo para tornar mais conscientes os padrões e hábitos associados ao seu tipo principal ou "núcleo".

Depois de ter feito isso por um tempo, você pode criar novos turnos de crescimento usando as asas e flechas como caminhos para o crescimento.

As linhas das flechas do Eneagrama apontam na direção do caminho específico de crescimento psicológico e espiritual de cada tipo e para longe de características e experiências importantes que tivemos que reprimir na infância (mas que periodicamente retomamos como uma sensação de segurança). Estes pontos de conexão indicados pelo diagrama do Eneagrama nos ajudam a ver como podemos objetivar incorporar os aspectos mais elevados destes dois pontos específicos para avançar em nossa jornada interior: o ponto à frente de nosso ponto central representa desafios chave que precisamos dominar para nos tornarmos mais inteiros, e o ponto anterior de nosso tipo central ao longo das linhas das flechas representa questões do passado que precisamos reintegrar, de forma que recuperemos o que renegamos na infância para fundamentar e apoiar nosso movimento para frente ao longo do caminho indicado pelas flechas.

 

VOLTANDO AO TIPO 9

O caminho de crescimento do Tipo Seis exige que ele recupere sua capacidade de relaxar em suas conexões com os outros e fluir com a vida, sem se preocupar com ameaças do ambiente ou com algo ruim que possa acontecer. Seis podem não ter sido capazes de encontrar apoio interior em suas conexões porque os outros podem ter sido ameaçadores, punitivos, imprevisíveis, ausentes ou ineficazes. Em vez de encontrarem uma sensação confortável ao se misturarem e na fusão dos relacionamentos, Seis geralmente tiveram que se afastar para se protegerem de pessoas perigosas ou encontrarem segurança na independência. Noves dizem que confiam facilmente nos outros, já os Seis não tiveram esse luxo quando jovens, ficando presos na desconfiança e na suspeita como estratégia de sobrevivência.

Seis podem retornar ao seu "coração-criança" do ponto Nove como forma de encontrar uma sensação de segurança na fusão com algo ou alguém seguro - refugiando-se em um lugar confortável ou em uma conexão. Sandra Maitri explica que, dentro de cada Seis, está uma criança preguiçosa de Nove anos "que só quer ficar debaixo das cobertas, não quer sair e enfrentar o mundo, só quer estar confortável e entretida".

Navegando conscientemente, o Seis pode usar o "movimento para Nove" para seu desenvolvimento quando estabelece um equilíbrio saudável entre cuidar dos perigos para seu bem-estar, e ser capaz de relaxar na segurança de suas relações de apoio. Podem se concentrar nos atributos deste ponto "coração de criança" para entender o que podem ter precisado de seus relacionamentos iniciais e que não tiveram o suficiente, e então ir em busca disso como forma de amenizar o medo e a desconfiança que tiveram que desenvolver para sobreviver.

 

PASSANDO PARA O TIPO 3

O caminho de crescimento do fluxo interno para o Tipo Seis os coloca em contato direto com os desafios incorporados pelo Tipo Três: desenvolver capacidade de usar metas e relacionamentos como suporte para superar o medo, agir e alcançar resultados. Em situações extremamente estressantes, Seis podem agir defensivamente com o "lado inferior" do Tipo Três, engajando-se em ações frenéticas ou em esforços ansiosos. Entretanto, engajando-se no Ponto Três de forma consciente e procurando incorporar suas qualidades superiores de produtividade, honestidade e esperança, os Seis podem trabalhar contra os medos que os paralisam.

À luz de suas tendências de ficarem paralisados pelo medo e pela super análise, ou de se lançarem no trabalho nervoso e árduo, Seis podem usar o Ponto Três para desviar a atenção de seus medos e ansiedades e, em vez disso, concentrarem-se no mérito de seus objetivos, nos aspectos positivos ligados a impressionar com seu bom trabalho e no orgulho sincero da realização. Como ficar preso ao medo pode, no limite, ameaçar o bem-estar do Seis, é útil que contrarie seu hábito de ficar preso à inação ou à indecisão, aprendendo como usar a motivação natural do Tipo Três de mover-se para frente e cumprir metas.

O lado elevado do Ponto Três tem sua base na autoexpressão honesta, no prazer da atividade em ordem de fazer as coisas acontecerem de maneira eficaz, e na expectativa esperançosa de que seus esforços sinceros serão recompensados. Estes aspectos podem servir para equilibrar a preocupação do Seis com o que pode dar errado, o que costuma enfraquecer sua capacidade de agir no mundo. Ao concentrar-se na realização das capacidades superiores associadas ao Ponto Três - concentrando-se ativamente no impulso, no trabalho, na perspectiva esperançosa e no desejo saudável de reconhecimento do Ponto Três - o Seis pode contrariar sua tendência de enfraquecer a si mesmos sentindo insegurança, dúvida e medo de atrair a atenção e tornar-se um alvo.

As seções Caminhos de Crescimento e Linha de Flecha são do The Enneagram Guide to Waking Up by Beatrice Chestnut & Uraneo Paes. Copyright © 2021 por Beatrice Chestnut & Urânio Paes. Publicado por Hampton Roads Publishing Company. Você pode adquirir O Guia Prático do Eneagrama: Encontre seu caminho para o autodesenvolvimento, versão em português, clicando aqui.

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